Nervosismo inexplicável
Receio, cuidado
Todos os jeitos de evitar
Expressar-me demais
E mais, preocupar-me
Em ser aceito quando o fizer
Só desfruto desse comportamento
Quando o receptor da expressão
É uma mulher.
Só fico assim
Tropeçando nas palavras
Me inspirando tanto, a ponto
De ir desistindo de falá-las
Assim
Só quando em estado encantado
Inspirado
Não fiz terapias
Nunca frequentei analistas
Penso as vezes que até deveria
Mas acho que quanto a isso
Não necessito ser diagnosticado
Tenho forte intuição
E na minha opinião
o que me faz raciocínio
Perde de muito
Para o que me faz emoção
Julgado, difamado, falado
Por mulheres lindas
Na essência e na aparência
Por homens, creio eu, limitados
Eu não sou apto à dizer
Quem está certo ou errado
O que posso fazer ser expressado
É que eu só me movo pelo que sinto
Por instinto, que admito
É faminto por poesia
E poeta eu não seria
Caso não fosse exagerado
Por exemplo, nesse momento exato
Encontro-me em estado de encanto
Em nível alto, avançado
Mesmo que seja impossível
Deixar claro em registro
Vou deixar escrito, o rascunho
Da explicação de como a culpa
Não é minha, é da moça
É ela que faz com que eu sinta tanto
Com tanta força
Que meu punho quase que sozinho
Dispara a dançar nas folhas
Um apelido para ser dado a ela
Tem que ser de um bom gosto elevado
Exige ser genial, caprichado
Porque a moça além de muito bonita
Carrega Flores no nome que assina
E grita: "sou feita de charme!"
Sem dizer absolutamente nada
Vão dizer ainda que a culpa é minha
Que eu sou fácil de ser conquistado
Veja bem
Ela brilha um sorriso só dela
Versa seus passos dançando
Agora diga se sou culpado
A moça dança de um jeito.
Que se eu pudesse escolher
O roteiro dos meus sonhos
Sem dúvidas, em sonhos
Há muitos anos já teríamos dançado
Eu? Poeta? exagerado?
Olha, não sei dizer direito
O que mais me parece interessante
Se é o cheiro ou se é a voz.
Quase esqueço o que a moça tem de sobra
Que me encantou de começo
A luz, isso nela, transborda
A luz da moça é tanta
Que se for de seu desejo
Planta no apartamento seus girassóis.
Alguém aponte nos meus versos
onde há exagero dos meus cortejos.
Eu simplesmente sinto o que interpreto,
interpretando o que é sentido,
no ritmo que bate essa coisa no meu peito.
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